Enquanto Consultor Pedagógico em Novas Tecnologias da Educação, posso afirmar seguramente que o primeiro semestre de 2020 é o período em que mais fui inquirido sobre a questão tecnopedagógica para aulas online.
Questões como: qual seria o melhor aplicativo para aulas online, como aplicar provas e avaliações online, como montar horários com os links do Zoom e Google Hangout Meet, como fazer uma agenda de tarefas para os alunos com atualização automática, como compartilhar com os alunos textos e atividades
elaborados pelos professores, qual a melhor lousa online ou quadro virtual, como usar o google drive, como criar um site grátis para a escola, como usar o Zoom e como montar minha escola e salas no Google Classroom, como montar um canal e postar vídeo no youtube; estas, sem dúvida, foram as questões mais recorrentes em meu cotidiano. Por outro lado, as famílias dos alunos e nossos queridos aprendizes ficaram a mercê da tecnologia. Em suma, quem não tem um celular ou Notebook com uma câmera, fica cego e surdo dentro do modelo “aulas remotas/aulas online”.
Há um ponto interessante nisso tudo, a percepção de que o modelo de escola atual vive do tradicionalismo, contudo, precisa ser vanguarda em um momento em quem os brasileiros mal sabem a definição de TiCs. Os gestores, professores, e a própria comunidade não têm conhecimento das tecnologias disponíveis para a Educação. As universidades estão abarrotadas de Profissionais do ensino que vivem de teorias “novas”, tais como a “gamificação” e outras formas de Metodologias Ativas, como ABP.
Por outro lado, o modelo inconsciente que opera na mente da maioria dos educadores é que Educação não combina com Inovação, muito menos com o vocabulário Hi-Tech. Nesse modo, o universo de jogos para celular, vídeo-chamadas, grupo de troca de informações, vídeos interativos e espaço virtual de convivência parecem pertencer quase por exclusividade ao universo Jovem de aficionados por tecnologias e Gamers.
A educação online das escolas no Brasil se resume em sua maioria, em listas de exercícios, grupos de WhatsApp e e-mail que saturam o cotidiano do professor com procedimentos nada didáticos, e antipedagógicos. Digo isso como Pedagogo e Psicanalista; as crianças e os nossos amados professores estão enfrentando um esgotamento psíquico em decorrência desse excesso de informação. A solução é não adaptar o tradicional ao novo, mas, cada instituição criar um modelo de aulas, avaliação e didática de acordo com o perfil de alunos que atende.
A princípio é necessário que a equipe pedagógica conheça o básico de recursos para montar o plano estratégico bem alinhado com sua realidade tecnológica. Com isso quero dizer que é preciso fazer um levantamento sobre a disponibilidade do acesso à internet por parte do alunado e docentes. Verificar quais dispositivos, tais como tabletes, celulares e computadores estão disponíveis. Reestruturar a matriz curricular, a fim de priorizar os conteúdos mais relevantes, traçar ações de orientação à comunidade sobre o modelo pedagógico escolhido (um SAC pedagógico). Fazer oficinas online com grupo de docentes por área (com certificação para incentivar a participação). Montar um grupo usando espaços virtuais para compartilhar apenas ideias que deram certo, pois, as que não funcionaram devem ser repassadas à equipe pedagógica para avaliação, uma vez que o professor deve focar no planejamento de aula a partir de didáticas de sucesso.
Os espaços virtuais que mais indico são o Moodle e a ferramenta Grupos do Google no modelo Fórum. Ambas ferramentas são bem fáceis de interagir; a ferramenta da Google é mais intuitiva, enquanto que o CMS Moodle tem mais recursos. Sobretudo, são ótimas para a troca de experiências.
Enfim, para nossa reflexão cabe questionar a nós mesmos o quê efetivamente o nosso alunado está aprendendo? digo na questão curricular e comportamental. Em quais condições o professor(a) precisa estar para ministrar aulas criativas e produtivas? Como criar um ambiente colaborativo entre a equipe gestora e os professores a fim de fomentar ideias de sucesso?
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