o que fazer quando a tristeza não passa

O Que Fazer Quando a Tristeza Não Passa

Compartilhe em sua Rede Social

A adolescência é um período repleto de mudanças físicas, emocionais e sociais. Sentir-se triste de vez em quando é natural, mas quando a tristeza persiste e começa a interferir no dia a dia, é importante dar atenção a esses sentimentos. Neste artigo, vamos abordar algumas estratégias para lidar com a tristeza prolongada e explicar como fatores como a vitamina B12, o cortisol e a serotonina podem influenciar o humor. Também destacaremos a importância de não ter medo de conversar com alguém sobre isso e exploraremos a relação entre religiosidade/espiritualidade e saúde mental, com base em pesquisas do psiquiatra e pesquisador Harold Koenig.

Em primeiro lugar, é importante que adolescentes e crianças saibam que podem – e devem – conversar com os pais, responsáveis ou alguém de confiança quando estiverem se sentindo tristes por muito tempo. Compartilhar esses sentimentos ajuda a aliviar o peso emocional e permite que os adultos possam apoiar e orientar.

Falar sobre emoções pode parecer difícil no início, mas ter essa abertura em casa é um passo essencial para o bem-estar emocional. Lembre-se de que não há problema algum em buscar ajuda e que os pais ou responsáveis querem saber o que você está passando para poder oferecer apoio e ajuda prática.

A vitamina B12 é essencial para o funcionamento adequado do sistema nervoso e ajuda na produção de neurotransmissores, substâncias químicas que regulam o humor. A deficiência dessa vitamina pode levar a sintomas como cansaço, apatia e até depressão.

Como Garantir Níveis Saudáveis de Vitamina B12

A vitamina B12 é encontrada em alimentos de origem animal, como carnes, peixes, ovos e laticínios. Para adolescentes vegetarianos ou veganos, pode ser necessário suplementar a vitamina B12 com orientação médica. Manter níveis adequados dessa vitamina é uma maneira eficaz de ajudar o organismo a regular melhor o humor e a energia.

Cortisol e Serotonina: O Equilíbrio Hormonal para o Bem-Estar

O cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, ajuda o corpo a responder a situações desafiadoras. Porém, níveis elevados de cortisol por longos períodos podem aumentar o estresse e o risco de ansiedade. Por outro lado, a serotonina, o “hormônio do bem-estar”, proporciona sensação de tranquilidade e contentamento. Manter esses hormônios em equilíbrio é fundamental para um estado emocional saudável.

  1. Durma Bem: Uma boa noite de sono ajuda a equilibrar o cortisol e a serotonina. Procure dormir cerca de 8 horas por noite e mantenha uma rotina de sono regular.
  2. Exercite-se Regularmente: A prática de atividades físicas, como caminhadas, corridas ou até exercícios em casa, ajuda a reduzir o cortisol e a elevar os níveis de serotonina, promovendo uma sensação de bem-estar.
  3. Desenvolver Espiritualidade: Práticas específicas, como orações, meditação, leitura de escrituras sagradas e participação em rituais religiosos. Essas práticas podem ter efeitos calmantes e redutores de estresse, ajudando a reduzir os sintomas de ansiedade. A participação em comunidades religiosas também pode oferecer suporte social, conexões significativas e um senso de pertencimento.
  4. Alimente-se Bem: Uma alimentação equilibrada que inclua alimentos ricos em triptofano, como nozes, sementes, leite e frango, ajuda na produção de serotonina, enquanto evitar excessos de açúcar ajuda a manter o cortisol sob controle.
  5. Pratique Atividades Artísticas: A expressão por meio da música, dança, artes plásticas e teatro ajuda a reduzir o estresse e estimula a produção de serotonina. Por exemplo, tocar um instrumento musical, pintar ou dançar promove uma sensação de prazer e relaxamento. A prática de atividades artísticas é uma forma poderosa de expressar emoções e encontrar novos significados, o que contribui para o equilíbrio emocional.
  6. Faça Passeios ao Ar Livre e Visitas Culturais: A exposição ao sol, especialmente ao ar livre, contribui para o aumento de vitamina D e serotonina. Aproveitar momentos para passear em parques, explorar museus, visitar teatros ou cinemas e fazer atividades ao ar livre com amigos são ótimas maneiras de renovar as energias e aliviar o estresse. Esses momentos proporcionam estímulos diferentes, fortalecendo o bom humor e reduzindo o cortisol.
  7. Valorize a Convivência Social: Ter amigos e se relacionar bem com a família e parentes é fundamental para manter a saúde mental e emocional. Pessoas com uma rede de apoio social sólida geralmente apresentam menor nível de estresse e se recuperam mais rápido de momentos difíceis. O apoio de amigos e familiares fortalece a sensação de pertencimento e segurança, promovendo a liberação de neurotransmissores ligados ao bem-estar. Além disso, compartilhar momentos felizes e conversas leves ajuda a reduzir o estresse e fortalece os laços sociais, que são essenciais para a saúde mental.
  8. Pratique Técnicas de Relaxamento: Meditação, respiração profunda e mindfulness são práticas de relaxamento que ajudam a reduzir o estresse e equilibrar os níveis de cortisol. Essas práticas podem ser incluídas na rotina diária e são eficazes para promover a calma e clareza mental.

Cuidar dos níveis de cortisol e serotonina através de atividades prazerosas, desenvolver a relação com Deus, vivenciar conexões saudáveis e uma vida equilibrada ajuda a criar uma rotina que contribui para o bem-estar emocional e o combate à tristeza persistente.

A relação entre religiosidade/espiritualidade e saúde mental tem sido estudada amplamente, e o psiquiatra Harold Koenig é um dos principais pesquisadores nesse campo. Em sua revisão quantitativa, intitulada Religiosity/Spirituality and Mental Health: A Quantitative Review, Koenig analisou mais de 100 estudos sobre a influência da religiosidade e da espiritualidade na saúde mental.

Ele encontrou uma forte associação entre religiosidade/espiritualidade e melhores resultados de saúde mental. Em outras palavras, pessoas que mantêm uma prática religiosa ou espiritual costumam apresentar menor prevalência de transtornos de ansiedade, depressão e abuso de substâncias. Ter um sistema de crença pode oferecer conforto, propósito e uma rede de apoio social – aspectos importantes para o equilíbrio emocional.

Se a religiosidade ou a espiritualidade faz parte de sua vida ou da sua família, fortalecer essa conexão pode trazer benefícios ao bem-estar. Momentos de reflexão, oração ou participação em atividades religiosas são formas de buscar apoio e renovar as forças durante períodos de tristeza persistente.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para lidar com a tristeza persistente. Ela ajuda a identificar e mudar pensamentos negativos, que muitas vezes intensificam sentimentos de tristeza. Aqui estão algumas dicas de TCC para enfrentar esses sentimentos:

  • Identifique Pensamentos Negativos: Observe os pensamentos que surgem quando está triste e questione se são verdadeiros. Muitas vezes, os pensamentos negativos são exagerados e podem ser substituídos por uma perspectiva mais equilibrada.
  • Pratique a Gratidão: Escrever três coisas boas que acontecem ao longo do dia ajuda a valorizar aspectos positivos e contrabalançar a tristeza.
  • Estabeleça Pequenos Objetivos: Atingir pequenas metas diárias pode dar uma sensação de realização e contribuir para um estado de ânimo mais positivo.

Quando Procurar Ajuda Profissional

Se mesmo com o apoio familiar, cuidados com a saúde e estratégias de TCC a tristeza não passa, é essencial buscar ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas estão preparados para oferecer o suporte necessário para identificar a raiz da tristeza e criar um plano de recuperação adequado.

Lembre-se: com o suporte certo, é possível superar a tristeza e encontrar novamente a alegria de viver. O primeiro passo é compartilhar seus sentimentos e saber que você não está sozinho.

Referências Bibliográficas

ARIELY, D. Previsivelmente irracional. Nova York: Harper Collins, Inc., 2008.

HODGE, D. R.; ANDERECK, K.; MONTOYA, H. A influência protetora dos perfis de estilo de vida espiritual-religioso sobre o uso de tabaco, uso de álcool e jogos de azar. Social Work Research, v. 31, p. 211-219, 2007.

KOENIG, H. G. Religiosidade/Espiritualidade e Saúde Mental: uma revisão quantitativaJournal of Nervous and Mental Disease, v. 199, n. 10, p. 1-8, 2011.

WIGGINS, M. I.; UPHOLD, C. R.; SHEHAN, C. L.; REID, K. J. Os efeitos longitudinais de espiritualidade sobre estresse, depressão e comportamentos de risco entre homens com infecção por HIV atendidos em três clínicas no sudeste dos Estados UnidosJournal of Spirituality in Mental Health, v. 10, p. 145-168, 2008.

Para mais estudos relacionados aos impactos da espiritualidade na saúde mental, recomenda-se consultar as publicações do Center for Bible Engagement (CBE) sobre os efeitos da leitura bíblica na saúde emocional e comportamental.