Quatro pastores da Igreja Maranata foram presos na manhã desta terça-feira (12), em Vila Velha, Espírito Santo, em uma operação conjunta entre o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) e Polícia Federal.
Os detidos são suspeitos de coagir e intimidar testemunhas e autoridades que investigam a igreja por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e desvio de erário.
A Igreja Maranata é investigada pelo MP-ES desde março de 2012. O órgão abriu inquérito para apurar a suspeita de desvio de dízimo e enriquecimento ilícito por parte de membros da diretoria da instituição. A denúncia partiu de um processo feito pela própria igreja contra os suspeitos. O MP-ES na época estimou que o desvio girava em torno de R$ 21 milhões.
Entre os presos, estão o presidente afastado Gedelti Gueiros, que teve o benefício da prisão domiciliar devido à idade avançada; o atual presidente Elson Pedro dos Reis e o pastor Amadeu Loureiro, que foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana; e o advogado Carlos Itamar Coelho Pimenta, que ficará no Quartel da Polícia Militar, em Maruípe,Vitória. Os detidos também foram submetidos ao exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) da capital.
Segundo o MP-ES, foram emitidos quatro mandados de prisão e sete, de busca e apreensão. A operação aconteceu em quatro pontos de Vila Velha. Na casa do presidente da igreja, a polícia permaneceu por cerca de duas horas. O advogado da igreja esteve presente durante a prisão, mas não quis se pronunciar.
Ainda de acordo com o MP-ES, as prisões são uma maneira de prevenir as vítimas das coações, que, acontecem de forma direta e indireta, dificultando o andamento das investigações.
Igreja Maranata
Por meio de nota, a Igreja Cristã Maranata disse que jamais coagiu testemunhas ou ameaçou autoridades. Ainda informou que está processando judicialmente aqueles que estão acusando a instituição, de acordo com a lei. A Igreja acredita que todas as acusações e acontecimentos desta terça-feira, com a prisão dos pastores, foram pautadas no desejo de retaliação e perseguição.
Sobre as prisões, a advogada do pastor Carlos Coelho, Tatiana Jardim, disse que pretende entrar com representação do habeas corpus ainda nesta quarta-feira (13). Já o advogado do pastor Gedelti, Fabrício Campos, preferiu não divulgar os próximos passos, mas alegou que todas as medidas cabíveis serão tomadas. As defesas dos pastores Amadeo e Elson não atenderam as ligações.
A Igreja Maranata foi criada no Espírito Santo há 45 anos e conta com mais de 5 mil templos em todo o país. No último domingo (10), um evento realizado pela igreja reuniu mais de 100 mil pessoas em Vitória.
Fonte G1