O autor consegue a nosso ver fazer uma leitura realista dos relacionamentos modernos e pós-modernos, no mundo que ele identifica como liquido em que as relações se estabelecem e se findam com extraordinária fluidez.
Marcadas pela ausência de comprometimento com outro onde as pessoas gostam de estar juntos apenas para sentir prazer. E como o prazer e momentâneo em pouco tempo as relações são trocados por outras, aponta também que há aqueles que vivem um relacionamento estável, mas sem excluir a possibilidade de viver conjuntamente outros relacionamentos, que convivem juntos, mas abrem possibilidades de outros relacionamentos e há aqueles que não dividem o mesmo espaço porque acreditam que precisam preservar a sua liberdade evitando a rotina e os conflitos da vida a dois sem perceber que isto pode se configurar em uma relação que seja mais fácil romper, cada um já esta no seu próprio espaço ou seja não tem o mesmo nível de comprometimento de um relacionamento de convivência comum.
O autor coloca que viver desta forma e como procurar um abrigo sem vontade de ocupa-lo por inteiro. Bauman ainda analisa a busca virtual de relacionamentos mostrando que a virtualidade tem ganhado mais espaço do que nos encontros concretos e aponta que com o crescimento das redes virtuais a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento e de um envolvimento real que a possibilidade de estar juntos sempre disponíveis para outras aventuras. Bauman mostra que na sociedade de hoje há uma propensão maior a vivência de relacionamentos descartáveis que ilusoriamente encenam episódios românticos e líquidos, flexíveis.
Bauman aponta ainda que na era do individualismo e do consumismo estamos mais bem aparelhados para disfarçar o medo antigo da solidão entre celulares e notebooks vivemos uma solidão ilusoriamente acompanhada que teme o amor por outra pessoa e o comprometimento. Ainda retrata duas contradições centrais, de um lado a vontade de ser livre inerente a constante busca pela individualização e de outro constante a busca por alguém ideal ,como se existisse uma pessoa perfeita ,mas a pessoa perfeita não existe .existe a pessoa certa, capaz de nos compreender, respeitar e amar.
Mas nesta busca do ideal que ao mesmo tempo quer sua liberdade a velocidade com que as pessoas são trocadas por outras e quase inacreditável na sociedade pragmática e utilitarista as coisas e relações não são feitas para durar se a relação não esta boa parte – se para outra isto quando de fato se consolida um relacionamento pois muitas vezes a busca começa e termina em uma única relação sexual. Bauman afirma que nunca houve tanta procura pra relacionar – se com alguém, mas as relações são frágeis, começam e terminam na mesma velocidade, pois na sociedade consumista globalizada há sempre novos produtos mais modernos, atraentes e estimulantes para serem consumidos.
Assim Bauman trata das consequências provocadas por uma sociedade que sustenta a busca pela individualização pela liberdade em detrimento a uma vida afetiva e estável. O autor considera ainda, que mesmo as relações afetivas são muito ambivalentes todos querem a segurança de um amor eterno, mas desejam também voar e ter o pássaro que voa enquanto mantem um outro seguro nas mãos, a insatisfação afetiva e sexual muitas vezes levam os parceiros a buscar outras experiências e relações consentidas inclusive algumas vezes acreditando que isto pode salvar ou melhorar seus relacionamentos conjugais ou seja ,são relações frágeis e flexíveis ,advindo segundo Bauman especialmente da sociedade moderna e globalizada.
Enfim em nossa analise critica considerando que o livro nos leva a refletir sobre relações descartáveis sem vinculo seguindo a lógica do consumismo numa sociedade onde a maioria das pessoas estão disponíveis, acredita-se que o importante é a quantidade e não a qualidade das relações .disputam se quantas pessoas beijam em uma noite ,quantos parceiros sexuais conseguem em um dia ou em uma semana. Dentro da fragilidade a superficialidade das relações o outro e visto como um produto ou objeto disponível para consumo e descartável e geralmente as pessoas amanhecem o dia em sua camas, casas e solidões vazias, alguns sentem-se culpados por ter sido usados outros já descartam a memória e seguem como se nada tivesse acontecido, afinal em suas percepções e sensações vazias nada aconteceu mesmo, pois o que não tem significado nem afeto nada representa de fato e seguem na sua busca insaciável. Enfim indico a leitura vale a pena ler e refletir.